Hoje é um dia muito especial. Exatamente neste mesmo dia, há cinco anos atrás, era publicada aqui a primeira tirinha do Baratão. Não imaginava que ele poderia ir longe, afinal existia outros personagens aqui no blog, alguns até mais velhos.
Mas ele chegou para tomar seu lugar de direito. Aos poucos, foram surgindo tirinhas suas, e o público também fez sua parte, sempre perguntando quando novas tirinha dele viriam ao ar. Confesso que não fui um pai dedicado neste período como deveria ser. Produzi apenas 90 tirinhas, um número irrisório, porém, foi o suficiente para que ele se tornasse tatuagem (uma fã o fez nas batatas da perna, junto com a Judity), personagem de um conto publicado este ano e alguns painéis que coloquei pela cidade.
Embora algumas pessoas me associem ao personagem, nunca fui e nunca conseguirei ser ele. Ele está além dessa condição humana, e a forma como ele vê o mundo reflete, por fim, o ataque feroz à hipocrisia da nossa sociedade contemporânea.
Neste aniversário do Baratão, quis dar um presente a ele, a mim e aos visitantes do blog. Pedi aos amigos cartunistas e quadrinhistas para produzir uma tirinha a ser postada hoje, em sua homenagem. Fiquei muito emocionado com o que recebi, e compartilho logo abaixo. Muito obrigado a todos o amigos que participaram, ainda mais por ter feito o pedido ontem, muito em cima da hora. Alguns ainda estão em produzindo devido ao prazo curto em que entrei em contato e, por isso, pretendo postar mais tirinhas ainda essa semana!
Parabéns Baratão!
A seguir um texto escrito por meu amigo Oscar Will Simões Oscar!
Baratão
Cinco anos de “Barato” total
By Oscar W!ll Simões
No idos de 1980, auge da então “Guerra Fria” (a mútua desconfiança entre americanos e soviéticos de quem ia começar a 3ª guerra primeiro), surgiu entre tantas questões sem sentido (como em qualquer e toda guerra) uma questão que intrigou os cientistas de ambos os lados; No caso de um iminente ataque nuclear, quem sobreviveria ? Ou indo mais longe, o que sobreviveria ?!.
Dois seres apenas alçaram o topo da lista, felizmente, nenhum deles humanos, foram eles: Os escorpiões e as baratas. O “item” primeiro causou calafrios na comunidade cientifica e mundial, imagine depois de uma guerra nuclear, surgir num planeta sequelado pela radiação, escorpiões venenosos expostos a mutações e sabe-se mais o que. O segundo no “ranking” as baratas, foi causa de espanto, e até uma certa “admiração”. Como uma criatura que morre ao primeiro sinal de acido bórico (ou uma chinelada), sobrevive a uma hecatombe nuclear sem precedentes ?!.
Bem, a resposta até então encontrada foi a capacidade deste ser (a barata) se entranhar de tal forma em frestas e em tamanha profundidade que a radiação não a alcançaria com facilidade. Outra característica salvadora seriam a capacidade de seus “pulmões” a ambientes hostis.
Fiquemos com a primeira das características para explicação, por que é nos “subterrâneos” que a psicanálise também tenta explicar que as pessoas que tem medo de “barata”, supostamente , escondem seus “medos e desejos” bem lá embaixo (pra ninguém ver ou saber).
O personagem de tiras em quadrinhos “Baratão”, “sui generis” criação do multi-artista Jorge Êlo, e que hoje completa hoje 5 anos é assim, ele expõe o que existe de mais “profundo” em nosso subconsciente e que muitas vezes jogamos para dentro das frestas do medo e da falsa moral. Ele traz a tona todo esgoto de nossos desejos mais secretos, enfim, o que nos torna mais humanos.
Completando cinco anos e com gás (metano!?) para mais uns 50 ou 100, o Baratão esta lá, no ponto mais profundo de todos nós, fazendo graça e botando hipocrisia pelo ralo.
Parabéns Baratão, ao irmão de traço Jorge Elô. E digo, prefiro encontrar “baratas”, caso o mundo seja destruído um dia, ao menos seremos duas e terei alguém pra conversar.
Abraços fraternos,
Oscar W!ll Simões (Oscar) Artista Gráfico autoral, autodidata, nascido em Campina Grande, PB. Integrante e colaborador do Coletivo WC Webcomics, agitador cultural, com trabalhos selecionados e premiado em salões de humor e mostras de ilustração nacionais e internacionais.
Nenhum comentário:
Postar um comentário