sexta-feira, 28 de novembro de 2008

FOFINHO & FOFINHA #4

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Rótulo para cachaça


Este fim de semana passei elaborando um rótulo para a mais nova cachaça produzida em Alagoa Nova, chamada Cachaça Encantada. Vou postando por aqui, pois sei que o Baratão vai ficar orgulho, já que o pagamento foi em produto! rs,rs,rs.
A partir de amanhã, entra em cena dois personagens novos. Ainda não tenho os nomes, mas já tenho duas semanas de tirinhas prontas. Espero que gostem da novidade e até amanhã.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Logo do M.A.R.C.O. (movimento artístico cultural organizado)



Este é o logo que criei para o movimento de artistas de Campina Grande intitulado M.A.R.C.O. O logo é bem simples. Busquei representar a junção das várias categorias artísticas presentes no movimento. O pincel representa as artes visuais como um todo (de artistas plásticos, ilustradores a quadrinhistas, por exemplo). As notas musicais representam àqueles que trabalham com a música (inclusive os dançarinos) e o rosto dividido em dois (um alegre e outro triste) foi inspirado nas máscaras do teatro, fazendo alusão a todos àqueles que se utilizam da representação para expressar-se (englobando quem atua e/ou cria teatro, cinema ou TV).

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Confessionário: Angeli



Por Armando Antenore

Há quem se atribua a tarefa de pregar o Evangelho, de libertar o Tibete ou de salvar o pica-pau-anão-da-caatinga. Angeli contenta-se em pisar com os pés sujos de barro no tapete dos outros, honorável missão que abraça desde a juventude. Quando cria histórias em quadrinhos, charges e cartuns, não almeja simplesmente o sucesso. Move-se, acima de tudo, pela gana de incomodar o público — de implodir a hipocrisia, zombar do senso comum e engordar as pulgas atrás das orelhas, como o visitante que emporcalha de propósito o chão impecável das casas que o recebem. Qualquer humorista deveria agir assim e rejeitar com energia as piadas assépticas, a correção política, o chiste dos bananas. Comediante digno do nome precisa cultivar a maldade. Ele a cultiva, e não só na prancheta. Por exemplo: se pensa horrores de fulano ou sicrano, deixa que os pensamentos corram soltos; se perde a paciência numa hora em que a boa educação recomenda o equilíbrio, explode sem culpa. — Certa época, ouvia sempre a mesma conversa de um jornalista da Folha de S. Paulo que o observava trabalhar: "Rapaz, tenho centenas de idéias para charges. Um punhado de reflexões incríveis. Pena que não saiba desenhar... Não consigo esboçar nem sequer uma bola". Na realidade, o sujeito pretendia que Angeli aproveitasse as tais sacadas maravilhosas. Uma tarde, porém, o cartunista se cansou daquilo e resolveu botar a coisa em pratos limpos: "Pois é, meu chapa, me dei melhor que você. Tenho milhões de idéias bacanas e, ainda por cima, sei desenhar bola, árvore, foguete, macaco...".
Muitos dos personagens que inventou usam óculos escuros, apesar de raramente enfrentarem o sol: Rê Bordosa, Ritchi Pareide, Bob Cuspe, Nanico, Mara Tara, Wood & Stock. Ele próprio, em auto-retratos, costuma ocultar os olhos sob lentes negras. Entretanto, não reparava no cacoete. Percebeu-o apenas depois que alguns leitores comentaram. "É verdade!", admitiu, surpreso. "Estão todos de óculos escuros... Mas por quê?" Até hoje, não encontrou uma resposta convincente. Já disseram que o acessório representa o lado sombrio do cartunista — a sedução pela boêmia, as ressacas indomáveis, o apego desenfreado às drogas. Embora respeite a tese, Angeli não ousa ratificá-la. Considera a interpretação excessivamente literal. — Sim, tomou porres homéricos, atravessou madrugadas cheirando cocaína, uivou em bares e se entregou sem rédeas à cafajestagem. Viveu la vida loca inclusive durante os dois primeiros casamentos (da segunda união, longuíssima, nasceram os filhos Pedro e Sofia). Somente após conhecer Carol, a terceira mulher, é que o panorama começou a se modificar. Ela tinha 17 anos. Ele, 38. Àquela altura, julgava-se um "lobo meio caquético" e farejava uma boa dose de inocência na jovem que contratara como arte-finalista. Com medo de magoá-la, ou "de borrar a pureza" que as meninas revelam mesmo quando tentam parecer calejadas, decidiu abdicar da noite. Seguem juntos há mais de uma década, só que moram em apartamentos separados.
O pai, um funileiro de ascendência italiana, adora pássaros e os desenha à perfeição. Para entreter o pequeno Arnaldo (Angeli é sobrenome), arranjava folhas de papel pardo, dessas que embrulham pães, e sacava do bolso um lápis de marceneiro. "Espie só, garoto, vou fazer um pintassilgo." E o pintassilgo irrompia magicamente no pedaço de papel barato. "Agora, um papa-capim." Enquanto admirava os traços paternos, Arnaldo ia descobrindo que possuía aptidão idêntica. Mas, em vez de sabiás ou ­cu­riós, preferia retratar caubóis, sobretudo Roy Rogers, herói onipresente dos faroestes que gostava de ver. Não satisfeito, vestia a roupa do ídolo e perambulava pelas ruas da Casa Verde, bairro paulistano onde cresceu. O pai, que freqüentemente participava do passeio, cutucava o caçula mal se deparava com um amigo: "Vamos, Arnaldo, conte quem você é". O moleque, inflado, abria um sorriso banguela, alisava a cartucheira e proclamava: "Roy Rogers!". — Séculos depois, Angeli se mudou para o edifício Bretagne, um dos mais exóticos da cidade. Tão logo se instalou, recebeu uma notícia espetacular: o ator norte-americano Leonard Franklin Slye, intérprete de Roy Rogers, comparecera à inauguração do prédio em 1959. "Você se lembra do Roy Rogers, não?'', perguntou o também cartunista Paulo Caruso, que lhe trouxera a novidade. "Se me lembro?", desdenhou Angeli. "Eu sou o Roy Rogers, cara!"
Tempos atrás, deu um pulo na padaria com Carol. Ela comprava um sanduíche. Ele a esperava numa mesa. Ela demorou um pouco. Ele se ajeitou no assento e... cochilou! Em plena luz do dia. Dormiu de repente, sem notar, como os idosos que espreitava quando criança. Mãe, por que o vovô está dormindo ali na cadeira? Porque é velhinho, Arnaldo, e os velhinhos dormem à toa. Que lástima! Bem mais depressa do que cogitara, o neto se transformou no avô. — Completou 52 anos em agosto e ainda não abandonou o péssimo hábito de roer as unhas. Culpa da ansiedade recorrente e monstruosa, que também o impede de largar o cigarro. Já colocou band-aid na ponta dos dez dedos imaginando que o truque domesticaria a sanha roedora. Não funcionou: os curativos o impossibilitavam de desenhar. Teve de arrancá-los. Apelou, então, para o plano B: passou nas unhas um remédio de sabor horroroso indicado pela filha. Em uma semana, se acostumou com o gosto ruim. "O problema, Angeli, é que você sofre de compulsão oral", diagnosticou Laerte, colega de ofício e amigo das antigas. "Só existe uma saída para o seu caso: substituir o cigarro e as unhas por mulheres nuas, que me parecem menos destrutivas. Vamos arrumar uma porção delas, loiras, morenas, ruivas, todas lindas e minúsculas, do tamanho de um besouro. Você as espalha pela prancheta e continua trabalhando. Sempre que sentir vontade de enfiar algo na boca, agarra uma das moças e engole." O lobo meio caquético se comoveu imensamente com a sugestão.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

E.T.


Desenho feito na parede da antiga casa da minha mãe.
Técnica: Tinta lavável e pincel.

sexta-feira, 14 de novembro de 2008



Eu admiro os pintores que buscaram escrever sobre suas próprias obras, mesmo antes ou depois de prontas. Podemos citar Salvador Dali, Paul Gauguin e Vincent Van Gogh, em cartas ao seu irmão Theo, publicadas postumamente. São artistas que dedicaram suas vidas à arte, deixando registrada uma parte dessa dedicação. Sabemos que o ato de escrever não é um fator essencial para o exercício de pintor, tanto que podemos encontrar facilmente pintores talentosos e analfabetos, porém, é um exercício fundamental para a compreensão do artista e de sua obra. Trata-se de sensibilidades diferentes, entretanto, as duas podem coexistir tranquilamente juntas no processo criativo de um pintor.
O discurso escrito pelo artista não é a única interpretação possível sobre sua obra. Diversas pessoas, portadoras de outras representações de mundo, entenderão à sua maneira esta mesma obra e darão significados que estavam ausentes em seu processo de criação. É o olhar do outro que (re)significará a obra, muitos intelectuais já se dedicaram a afirmar isso.
O problema é que na contemporaneidade, o discurso do artista assumiu um valor maior que sua própria obra. O que podemos chamar de Arte Contemporânea, baseia-se exatamente nesta supervalorização do discurso do artista em detrimento de seu trabalho. Desta forma, o importante não seria a obra, e sim a idéia que permeou toda a sua concepção. Influências de Marcel Duchamp (1887-1968), artista francês que viveu em Nova York e que revolucionou a noção de arte. O resultado disso tudo são as intervenções, as instalações e o mosaico de materiais colados sobre a frágil tela de pintura. Trata-se de uma arte pouco preocupada em ser compreendida, sem muita pretensão artística e baseada num discurso exterior a ela.
Esse discurso proferido pelo artista, para dar significação a um trabalho nitidamente sem significados, não chegará ao conhecimento da maioria dos contempladores de suas obras. Entretanto, certamente atingirá os ouvidos de quem interessa, ou seja, dos compradores. Ao efetuar a compra, eles levarão para sua casa não uma obra de arte, mas sim um mero objeto representativo, fruto das concepções de algum artista famoso. O quadro será disposto num lugar da casa onde suas cores combinem com algum móvel, certamente o sofá. Os diversos contempladores que passarão pelo local terão significados antagônicos sobre os sentimentos, emoções e frustrações que a obra lhes transmitirá. Todavia, é possível que todos estejam de acordo que, de fato, combina com o sofá.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

HISTÓRIA EM QUADRINHOS EM ADESIVOS


Estou desenvolvendo uma história em quadrinhos do Baratão que pretendo lançar em adesivos. Serão vinte ao todo, e quando combinados em seqüência, irão compor uma narrativa em Quadrinhos.
Como poderão ser adquiridos separadamente, em ordem aleatória, ficará a cargo da originalidade de quem adquirir o adesivo compor essa narrativa. Poderá fazê-la da forma que quiser, seja com os vinte adesivos ou com apenas nove, por exemplo. A seqüência temporal também poderá ser alterada, com o início tomando o lugar do meio, deixando tudo começar pelo fim. As possibilidades de combinação são gigantescas, assim com as potencialidades da linguagem das Histórias em Quadrinhos.
Logo aviso como será possível conseguir os adesivos. Enquanto isso, postei os três primeiros que já se encontram prontos.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

ILUSTRAÇÃO PARA A "I CONFERÊNCIA LIVRE DE ARTE E CULTURA", EVENTO ORGANIZADO PELO M.A.RC.O. (MOVIMENTO ARTÍSTICO CULTURAL ORGANIZADO)




PS. A Conferência Livre deverá ocorrer, provavelmente, no fim deste mês de novembro.

A criação desta ilustração girou em torno do nome do evento. Fiquei martelando com ele em minha cabeça por dias, repetindo aonde quer que fosse “I Conferência Livre de Arte e Cultura”, no intuito de imaginar uma imagem que representasse esse evento. A primeira coisa que pensei foi o fato de conferências agregarem pessoas. Sendo assim, a idéia de diversas pessoas reunidas deveria estar presente na arte. A solução que tive foi exatamente de colocar uma cidade ao fundo, pois sei que a o motivo principal da conferência é movimentar a cena cultural da cidade, reunindo artistas que produzem e vivem em Campina Grande. Junto à cidade, coloquei elementos que fazem referência a essa produção artístico-cultural, como o violão, o pincel, o holofote, a câmera e a televisão (com o logo do M.A.R.C.O., deixando explícito quem organizou o evento). Esses elementos englobam as diversas expressões artísticas que estarão presentes na conferência.
Já as cores “quentes” foram usadas em referência a agitação, euforia e calor humano que um evento desse tipo possui.Porém, o que mais me agradou no nome do evento foi exatamente a ênfase à liberdade que ele comporta. Por ser uma conferência LIVRE, acreditei que essa liberdade deveria ser bem representada na ilustração. Desta forma, me utilizei de dois temas comuns na arte para a representação da liberdade: a nudez e o vôo. Uma mulher voando nua em direção a uma cidade que pulsa arte e cultura foi o motivo que precisava para conclusão do meu trabalho. Fiquei muito satisfeito com o resultado. Abraços!